Manoel e Zulmira

Manoel Bezerra da Cunha nasceu em 18 de abril de 1899 em Bezerros. ref44

Manoel Bezerra da Cunha (1962)

Manoel era descrito como:

Moreno, estatura mediana, rosto arredondado, tendo, num dos olhos, ligeiro estrabismo, o que lhe empresta certa singularidade física, destacando-o do comum dos seres, sem nada de feio ou pitoresco, BEZERRA DACUNHA, no seu andar apressado, de passos miúdos, sobraçando sempre uma pasta recheiada de papéis comerciais em mistura com versos que compõe, como fatalidade psíquica, é, aparentemente, o tipo do burguês médio dos nossos tempos.

Vendo-o, perdido na turbamulta das ruas com aquele seu jeito despreocupado de sertanejo que é, ainda integrado nos cacoêtes da meninice, adquiridos na vida bucólica de Bezerros, Bezerros dos tempos de então, dividido em pequenos feudos, as suas famílias tradicionais, valentes e irreconciliáveis nas tricas políticas e nas competições do comércio, dos campos e dos crédos; vendo-o, taciturno e cabisbaixo, com ares de poucos amigos, ninguém dirá, em verdade, que ali se encontra uma fina sensibilidade de Poéta, de grande cultura humanística, maltratado pela vida.

- Livro Trovas e Trovadores, 1962

Manoel era poeta, autor dos livros "Súmulas" (1960), "Trovas e Trovadores" (1962) e "Trovas de Vários Tons…" (1973). Como poeta, era conhecido pelo nome Bezerra Dacunha.

Sua foto e o trecho descritivo foram retirados do livro "Trovas e Trovadores", encontrado em um sebo de Peruíbe ref18.

 
 Capa do livro Sínteses

Capa do livro Trovas de vários tons

Manoel trabalhava na empresa de Manoel Pedro da Cunha (Manoel Pedro da Cunha e Cia.) em Recife. Lá ele tinha um amigo que certo dia estava sentindo muito calor, foi para casa e não voltou no dia seguinte. Manoel foi visitá-lo no dia seguinte para ver o que tinha acontecido, e voltou durante vários dias. Lá conheceu a irmã dele, chamada Zulmira. O amigo acabou falecendo. Manoel continuou indo visitar Zulmira e pediu para seus pais para namorá-la. ref45

Manoel e Zulmira se casaram em 10 de dezembro de 1924 em Recife. Ele tinha 25 anos e ela 22. Eles tiveram dois filhos: Heraldo e Hélio Ferraz da Cunha.

Manoel e Zulmira em sua festa de bodas de ouro


Manoel faleceu em 21 de maio de 1976 em São Paulo e Zulmira em 10 de fevereiro de 1987 em Recife. ref44

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